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LGBT, Progressismo e Globalismo

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Publicamos na Coluna do Leitor o texto enviado por Raphael Festuccia, coordenador do núcleo Direita São Paulo, em Ribeirão Preto.

“Penso que o maior problema que esse país tem é ser politicamente correto. Não tenho tempo para ser politicamente correto por completo. E, para ser honesto com você, não acho que esse país também o tenha. Não precisamos de mais retórica política, mas sim de bom senso e ação.”

Donald Trump

Rufem os tambores: Donald Trump acaba de twittar! Para cada post, surge uma nova trombeta na sinfonia do apocalipse midiático. O fim está próximo. Winter is coming. Primeiro, os islâmicos, o Obamacare e o muro, depois, as chamas de anunciação do aquecimento global. Agora, transexuais são impedidxs de integrar as forças armadas americanas. O mundo caminha rumo à perdição, e Donald Trump é o motorista com o pé no acelerador – Dizem. Dizem que vem aí também Jair Bolsonaro e pior que isso só se os Backstreet Boys voltarem para mais uma turnê.

Tempos complexos. Vez ou outra, indago-me se a lucidez, de fato, tornou-se um luxo desnecessário, um acessório que saiu de moda. É o que parece. Temo que, quase imperceptivelmente, o normal transmutou-se em absurdo, e a sanidade, uma prática exclusiva das alas psiquiátricas. Talvez, a realidade através de lentes tarjas-pretas mostre-me a lógica, por exemplo, na participação de uma mulher transgênero (XY – portanto?)  em modalidades olímpicas femininas (XX). Por enquanto, soa-me como a mais estapafúrdia das situações. A ignorância deve mesmo ser uma bênção. Há realmente a necessidade de se explicar a diferença BIOLÓGICA entre homens e mulheres?

Aparentemente sim, pelo menos para a parcela empoderada da sociedade. No momento em que Trump oficializou seu veto aos transgêneros nas forças armadas, foram registrados severos abalos na escala Lafond (eeeeepa!). O automatismo das palavras-gatilho suprimiu toda e qualquer tentativa de explicação. Trump fez isso porque é homofóbico (e racista, machista, sexista, ista, ista, ista… zZzZzZz) e fim de papo! Não concorda? H-O-M-O-F-Ó-B-I-C-X! E no Brasil então? As feministas conseguiram colocar um homem como o maior pontuador da Superliga de Vôlei, com quase o dobro de pontos que a segunda colocada. Ge-ni-al! Quando algumas jogadoras questionaram tal absurdo, tornaram-se imediatamente reprodutoras da opressão patriarcal.

Nos dois casos, há, claro, o contexto e as justificativas: nos EUA, o Estado-Maior solicitou ao presidente um adiamento indefinido da incorporação oficial de transexuais. A solicitação, portanto, partiu dos altos escalões militares para Trump, não o contrário. Claro, a assinatura do veto é presidencial, mas o presidente americano, valendo-se de seu inabalável pragmatismo, preferiu ouvir seus experts e evitar qualquer imposição política. Afinal, a sociedade americana sequer consegue chegar a alguma conclusão sobre a instalação de mictórios nos banheiros femininos do Central Park. Donald Trump, apesar do que alega a CNN, preferiu a cautela, abdicando de suas prerrogativas presidenciais nesse tipo de situação, mesmo que tal atitude resultasse (e resultou) em previsíveis prejuízos políticos.

Quase uma semana após seu tweet sobre o veto, o alaranjado presidente da América, em uma conversa informal com repórteres, mostrou preocupação com os alarmantes dados que lhe foram apresentados naquele dia, os quais apontavam para a acelerada deterioração de índices relativos a distúrbios psicológicos desencadeados, além da óbvia preocupação com a estrutura médica de atendimento e seus crescentes custos.

Não se discute, ademais, a sexualidade do combatente, que não diz respeito a ninguém além do próprio indivíduo — e que era tratada pelo famosa política “don’t ask, don’t tell” — mas sim sobre as decorrências individuais e coletivas de, eventualmente, Crystal (ex Big John, mas ainda inseparável de seu Little John) freqüentar o banho no batalhão das Julias e Amandas. Quais as conseqüências dessa conduta? Qual o protocolo? E se houver resistências? Como abordar o assunto em um ambiente marcado pela completa ausência de privacidade?

Quanto à Tiffany (ex Rodrigo), a lógica argumentativa encontra a vala do sentimento x fatos científicos. Os seis meses de manutenção hormonal não desconstroem uma vida inteira de formação biológica masculina. Mesmo sem a genitália e a aparência (mais ou menos) masculina, sua genética é e sempre será masculina. E quanto à identidade de gênero? Bem, é difícil dizer de forma mais clara: a biologia não dá a mínima para isso. É curioso que o desempenho de Rodrigo no vôlei masculino seja mediano, sem destaque. Já Tiffany é um fenômeno, o Pelé com a 10 da seleção feminina. É ainda mais curioso que essa diferença seja ignorada, ou justificada como uma impulsão psicológica após assumir o gênero que lhe é confortável. Difícil. Fato notório é: Ou pesquisas sérias não são feitas, ou as sérias são ideológica e intencionalmente ocultas e desmerecidas.

Em 2014, a American Foundation For Suicide Prevention, em parceria com o Williams Institute na Universidade da Califórnia (UCLA), concluiu um estudo com números chocantes: 41% da população com distúrbios de gênero tentou o suicídio ao menos uma vez, enquanto o mesmo enquadramento contabiliza 4,6% na população cisgênera. Apesar da ampla variedade de motivações alegadas para o ato, é possível concluir que pessoas com distúrbios de gênero apresentam maior suscetibilidade a comportamentos suicidas — cerca de dez vezes maior em relação ao restante da população. Pode-se conjecturar, consequentemente, que esse percentual será maior dentro das forças armadas, que não são exatamente conhecidas por suas instalações hospitaleiras ou pela paz de espírito que provêem. Nos esportes profissionais, as diferenças de formação biológica tendem à injustiça. Não obstante, preocupam a pressão constante do meio e os efeitos nocivos da reposição hormonal a longo prazo.

Outras tantas perguntas surgiram e, de imediato, foram silenciadas. As forças armadas têm condições físicas e médicas para assistir tais indivíduos? Caso o indivíduo opte pela cirurgia de redesignação de gênero, deve ela transcorrer em instalações militares? Há estrutura? Deve o contribuinte arcar com os custos? E quanto aos tratamentos de reposição hormonal e seus efeitos colaterais? É justa a participação em modalidades desportivas opostas ao gênero biológico? Logo, basta uma simples e rápida reflexão para constatar a profundidade e a delicadeza do tema, que obrigatoriamente deve ser tratado com prudência, debate, estudo e ponderação. Abordá-lo sob a ótica politizada da sexualidade ou de direitos civis resultará apenas na banalização/vulgarização da problemática.

Todavia, a crítica estabelecida pouco diz sobre a dinâmica que rege e ampara o contexto descrito acima. Resumir o debate à simples refutação científica argumentativa impede a construção de uma perspectiva estrutural. Combatem-se os sintomas, não a infecção. Portanto, torna-se imprescindível o estabelecimento de uma diagnose objetiva.

Nessa perspectiva, e sob a égide da defesa das minorias, percebe-se que, alguns movimentos e agentes ao autoproclamarem-se os bastiões defensores de todo tipo de oprimido, trazem para si uma possível armadura inquestionável, revestida de toda boa intenção e ética, enquanto ridicularizam e arrastam para os porões da história todos de pensamento contrário. Ao passo que a reflexão contrária é aniquilada, crescem as maneiras de persuasão das massas, que sem questionar, passam a acreditar em quem com as vestes da igualdade irresponsável queira e, para tanto, reescreva a história ao modo progressista com dominação total das instituições e sociedade pelo nivelamento de idéias.

Com o fim da URSS, sepultou-se também o ideário materialista bolchevique. Novos processos geopolíticos surgiram. Órfãos do socialismo real, os movimentos de esquerda abandonaram, nos últimos 20 anos, o pragmatismo econômico e direcionaram sua prática para o campo cultural. Em pauta, questões relacionadas às reivindicações identitárias, sexuais e étnicas. Abandonou-se a formação marxista do militante, que restringe sua atuação a essas problemáticas. O discurso tosco, superficial e maniqueísta, além de emburrecer sua própria militância, passou a atrair incontáveis novos ativistas.

Este movimento, contudo, não foi espontâneo. A nova estrutura progressista foi milimetricamente planejada e executada, fruto de uma poderosa e bilionária articulação de interesses econômicos e políticos. Através de complexas redes de distribuição financeira, principalmente por ONGs e fundações, o poderoso e oculto lobby passou a financiar não só movimentos sociais, mas também veículos de comunicação (Jeff Bezos, por exemplo, proprietário da Amazon, adquiriu o tradicional impresso progressista Washington Post), políticos, partidos, exposições artísticas, instituições de ensino etc. O alicerce, evidentemente, encontra-se na atuação bovina e barulhenta de novos militantes, mas sempre direcionados.

O progressismo tornou-se laranja de uma riquíssima e desconhecida articulação. Neste ponto, é natural o surgimento de indagações e desconfianças. O desenvolvimento textual parece ter sido retirado dos livros de Ian Fleming. Em contrapartida, Julian Assange, hacker fundador do Wikileaks, lançou luz às dúvidas quando tornou públicas as promíscuas relações do especulador George Soros com o Partido Democrata e instituições militantes mundo afora. Através de uma extensa rede institucional capitaneada por sua fundação, a Open Society, Soros financia internacionalmente movimentos de pautas reconhecidamente progressistas. Seria Soros um idealista? Risos. Gargalhadas. Saudemos a mandioca. Coincidentemente, um dos principais temas financiados pela Open Society é a liberalização do consumo de maconha, mercado em que Soros — surpresa! — tem significativa participação na cadeia de consumo e produção, como no Estado americano do Colorado, onde o consumo recreativo foi recentemente legalizado. Tal como George Soros, há outros tantos personagens operando nas sombras. Como coerência e inteligência não são o forte das marionetes progressistas, tais informações são ignoradas ou tratadas como teorias da conspiração. Ironicamente, o maior agente contemporâneo do capital financeiro internacional é a nova esquerda, que não tem a menor idéia do que seja dialética, materialismo histórico ou qualquer outro conceito marxista. Pegar em armas? Eles têm pavor delas. Revolucionários apenas no sentido anal. É neste ponto que você, caro leitor, compreende as razões pelas quais a argumentação racional, científica e factual — ou qualquer tipo de diálogo — não é praticável com PSOL e afins.

Nada disso, contudo, é considerado. A difusão da vendável narrativa de opressão e desigualdade, que reflete muito bem o nível intelectual de seus aderentes, passou a ser socialmente imposta. Na sanha maniqueísta e em posse da narrativa midiática, o progressismo passou a censurar socialmente os discordantes, os quais imediatamente sofrem rotulações depreciativas, tais quais machistas ou racistas, como ocorreu nas duas situações citadas acima. O zurro da homofobia silencia a razão. Os fatos, mais uma vez, sofrem radicais distorções no sentido de legitimar uma narrativa predefinida. Veja, o acesso às forças armadas nunca foi democrático. Não há segredo em torno dos critérios impeditivos ao serviço militar ou à prática desportiva, o que não motiva raivosas manifestações de daltônicos, pés-chatos ou anões. Infelizmente, os filtros ideológicos impedem, cada vez mais, o desnudar da verdade pela ciência. A sociedade ocidental segue cegamente rumo à barbárie. Aliás, cadê meu Rivotril?


Raphael Festuccia, 25, é farmacêutico. É coordenador do núcleo Direita São Paulo, em Ribeirão Preto.


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